ETIOLOGIA
A
rinosporidiose é uma infecção crônica das membranas mucosas, principalmente da
cavidade nasal, caracterizada pelo crescimento de estruturas polipóides, cujo
agente etiológico é o Rinosporidium
seeberi. Este
fungo não foi, até o presente, isolado em meios de cultura artificiais e a
doença não foi, também, reproduzida experimentalmente, não se conhecendo,
portanto, a exata posição taxonômica do agente. O habitat natural do Rinosporidium seeberi é desconhecido, porém é sugerido
que seja um saprófita da água e que a sua transmissão ocorra pelo contato dos
animais com águas contaminadas ou que, possivelmente, seja transmitido por via
aerógena, principalmente em humanos.
EPIDEMIOLOGIA
A
epidemiologia desta enfermidade não é bem conhecida, porém tem sido
diagnosticada em bovinos, equinos, muares, cães, cabras, aves aquáticas e
humanos, independente de sexo e idade. Casos da doença estão associados a
proximidade com água e a lesão inicial pode ser influenciada por traumas
locais. É uma enfermidade de distribuição mundial, sendo endêmica na Argentina,
Ceilão e Índia.
No
Brasil, a doença é mais frequente em humanos. O primeiro relato em bovinos
ocorreu no município de Itaqui, no Estado do Rio Grande do Sul.
SINAIS CLÍNICOS
Clinicamente,
os animais apresentam respiração difícil e estertorosa, devido a presença dos
pólipos nas fossas nasais, que impedem a passagem de ar, e que agrava-se quando
os animais são exercitados. Alguns animais podem apresentar descarga nasal
mucopurulenta, com estrias de sangue. O estado geral dos animais normalmente
não é afetado.
PATOLOGIA
A
lesão primária da rinosporidiose se caracteriza pela formação de massas
papilomatosas na mucosa nasal, podendo envolver, também, o saco conjuntival,
vagina e ouvidos. Essas formações polipóides apresentam coloração avermelhada
não ultrapassando 3cm de diâmetro, de consistência friável e superfície
lobulada, com presença de pequenas granulações esbranquiçadas, que correspondem
aos esporângios do fungo. Os pólipos podem ser únicos ou múltiplos, geralmente
envolvendo uma única cavidade nasal.
DIAGNÓSTICO
Realiza-se
pelos sinais clínicos característicos, pela patologia e pela visualização dos
esporângios do Rinosporidium
seeberi em cortes
histológicos ou no exame direto, utilizando hidróxido de potássio a 10% como
clarificador, a partir de biópsias dos pólipos nasais. Deve-se realizar o
diagnóstico diferencial do granuloma nasal, causado por hipersensibilidade, e
de outros granulomas nasais, causados por fungos (Helminthosporium) e parasitos nasais (Schistossoma nasalis), e da presença de corpos
estranhos na cavidade nasal, que podem produzir sinais clínicos semelhantes aos
da rinosporidiose.
CONTROLE E PROFILAXIA
Não existem medidas eficientes de
controle, pois o habitat e a forma de transmissão da doença são desconhecidos.
O tratamento indicado é a excisão cirúrgica e cauterização das lesões.
REFERÊNCIAS
1.
Barros
S.S., Santiago C.M. 1968. Sobre o primeiro
caso de rinosporidiose bovina no Brasil. Rev. Med. Vet. 3: 225-230.
2.
CORREA,
F.R. et.al.. Doenças em ruminantes e
equinos, São Paulo: Livraria Varela, 2001. VOL I, 426p
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