Meningite
bacteriana é causada, geralmente, por germes Gram negativos, especialmente E. coli e Salmonella spp. É freqüente em bovinos no período neonatal,
em bezerros com imunodepressão (ingestão insuficiente de colostro, subnutrição,
infecção pelo vírus da diarréia viral bovina ou outras doenças que causam
imunodepressão), ou com focos primários de infecção (umbigo) que possibilitem a
ocorrência de bacteremias .
A
doença pode ocorrer de forma isolada ou em surtos. Estes têm sido observados em
condições de estiagem prolongada na época de parição, possivelmente associados
a produção insuficiente de colostro pelas vacas.
Outra
situação, é a utilização, em programas de cruzamentos, de vacas de raças com
tetos volumosos que dificultam a mamada do colostro pelo bezerro. Surtos em
bezerros de novilhas de primeira cria e com pouca habilidade materna têm sido,
também, observados.
Em geral,
a infecção atinge a piamáter, provocando leptomeningite. Em bovinos adultos,
podem ocorrer meningites bacterianas associadas à listeriose, meningoencefalite
tromboembólica, sinusites, otites e tuberculose.
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Na
necropsia observa-se inflamação purulenta a fibrinopurulenta das leptomeninges,
que se apresentam de aspecto opaco ou floculento, principalmente nos sulcos do
córtex cerebral,onde pode acumular-se exsudato. A meningite pode estar
associada a peritonite, pleurite, pericardite, endoftalmite e poliartrite.
Microscopicamente,
ocorre acúmulo de células inflamatórias polimorfonucleares, algumas
mononucleares e fibrina no espaço subaracnóide. Os vasos apresentam-se
congestos e rodeados de células inflamatórias. Em alguns casos são observados
trombose e necrose do parênquima.
O
diagnóstico é realizado com base nos sinais clínicos, histórico, achados
anatomopatológicos e laboratoriais. A análise do sedimento do líquor com
coloração de Gram e a cultura do mesmo, se o animal não foi tratado com
antibióticos, são importantes para o diagnóstico de certeza.
Geralmente,
o prognóstico é desfavorável. Pode ser tentado o tratamento mediante
antibióticos que tenham melhor difusão através da barreira hematoencefálica.
Para isto se emprega, em geral, cloranfenicol ou ampicilina, em doses elevadas.
Como medicação sintomática pode ser usada a aspirina (100mg/kg de 12-12 horas),
xylazina (0,089mg/kg), acepromazina (0,04mg/kg) ou diazepam (0,02-0,08mg/kg),
além dos cuidados gerais.
REFERÊNCIAS
1. Ferreira P.M., Carvalho A.V., Marques D.C.,
Teixeira S.P. 1993. Cad. Téc. Esc. Vet. UFMG, Belo Horizonte, n. 8, p. 1-75.]
2. CORREA, F.R. et.al.. Doenças em ruminantes e equinos, São Paulo: Livraria Varela, 2001.
VOL I, 426p
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